segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

História de Israel - O Império Romano‏

O Império Romano‏

Israel e a nossa Península Ibérica faziam parte do Império Romano, no seu auge.

O Império Romano foi uma consequência da política da antiga República Romana, cujas raízes remontam a 500 A.E.C. (Antes da Era Cristã). No primeiro século A.E.C., Júlio César, Pompeu e Crasso formaram o Primeiro Triunvirato, numa tentativa de ganhar o controle da República. César emergiu como líder de Roma, mas mais tarde foi assassinado.


O Primeiro Triunvirato, origem do Império Romano.

Octaviano, herdeiro escolhido por César, fazia parte do Segundo Triunvirato, e, em 31 A.E.C., tornou-se o soberano incontestado. Os Imperadores Romanos continuaram a expandir e conquistar mais território, até ao ponto em que os Romanos dominaram grande parte do mundo então conhecido. 
Durante a Pax Romana (Paz Romana, ver acima mapa do Império), no 1º e 2º séculos da nossa Era, num período de relativa paz, a economia Romana prosperou e várias rotas regulares de comércio foram estabelecidas. Os Romanos construíram enormes estruturas, arquitectonicamente impressionantes, como o famoso edifício do Coliseu, em Roma, e fizeram notáveis avanços em infra-estruturas, tendo construído aquedutos, sistemas de esgotos, pontes, e o primeiro sistema de auto-estradas.  


Em Portugal abundam os exemplos da ocupação Romana. Conímbriga (se puder, visite) é talvez o mais famoso. (Foto de Por Terras de Sefarad).


No primeiro século A.E.C., os Romanos conquistaram grande parte do mundo conhecido, encerrando o Reinado dos Gregos, bem como o Reinado da Dinastia dos Hasmoneus, em Israel. O Império Romano manteve o seu domínio até 476 E.C., quando o Império Romano do Oriente, ou Império Bizantino, ganhou o controle.

No início, os Romanos concederam ao povo Judeu alguma autoridade sobre os seus assuntos internos; no entanto, as frequentes rebeliões dos Judeus levaram os Romanos a acabar com essa autonomia.

O edifício do Coliseu, outrora símbolo do poderio Romano, é hoje um ícone maior de Itália.

Cerca de 40 A.E.C., o Senado Romano proclamou Herodes, o Grande, ou Herodes I, como "Rei dos Judeus", nomeando-o Governador da Judeia. Herodes I casou com uma princesa Hasmoneana, a fim de ganhar a simpatia dos Judeus e reforçar o apoio para seu reinado. Também iniciou um programa para reconstruir o Templo, que sofreu danos causados ​​por invasões ao longo dos anos.
 



 Herodes, o Grande.

Herodes I devolveu ao Templo a sua antiga glória, construiu a estrutura protectora do Túmulo dos Patriarcas e construiu a Fortaleza de Massada, mas nunca recebeu um, apoio completo da parte do povo Judeu, por ter sido nomeado por Roma, pela sua ascendência familiar Edomita, e pela sua natureza cruel, que o fez entrar na pouco invejável galeria dos grandes tiranos da História.

 

A Gruta de Machpelá, ou Gruta dos Patriarcas, na Judeia, Israel, território actualmente reivindicado pelos colonos Árabes, que invadiram Israel em 1920. É um dos locais mais sagrados e o mais antigo do Povo Judeu. O site oficial foi vandalizado desde que a UNESCO declarou este local... muçulmano!!!


Após a morte de Herodes I, em 4 A.E.C., os Romanos assumiram o controle total de Jerusalém. As revoltas judaicas intensificaram-se, culminando na rebelião de 66 E.C. (Era Cristã), que levou à destruição do Templo, em 70 E.C.. O povo Judeu ainda foi capaz de conter os avanços Romanos por alguns anos, mas nunca chegou a representar uma ameaça séria para o poderoso exército Romano, mais forte e melhor equipado, sob o Imperador Tito.


A destruição do 2º Templo de Jerusalém originou uma dispersão dos judeus (a Diáspora Judaica) que dura até aos dias de hoje.

Após a destruição do Templo e de Jerusalém, o povo Judeu foi devastado. Centenas de milhar de judeus foram mortos pelos Romanos, exilados, ou vendidos como escravos. A imagem dos Romanos triunfantes, levando os vasos sagrados do Templo foi imortalizada no famoso Arco de Tito. 
Há notícia da chegada de refugiados judeus à Península Ibérica logo no século I da nossa Era. Os judeus estiveram nos grandes momentos da História de Portugal, desde a fundação da nacionalidade aos nossos dias. Povo tradicionalmente dado ao estudo, os judeus foram determinantes, por exemplo, no importante capítulo dos Descobrimentos, contribuindo sobretudo com o seu conhecimento científico geográfico e cartográfico.

Pormenor do Arco de Tito, onde se pode ver o saque dos objectos sagrados do Templo de Jerusalém.

A esperança na restauração da soberania Judaica em Israel nunca desapareceu, e em breve materializar-se-ia na Rebelião de Bar Kokhba, uma figura messiânica e um líder militar poderoso, que conseguiu recuperar Jerusalém em 132 E.C.. 


 
Os Judeus, tal como os Lusitanos (raiz do povo Português), lutaram contra a ocupação. Como figuras mais emblemáticas essa luta, nós tivemos Viriato, eles tiveram Simão Bar Kokhba.


A vitória de Bar Kokhba, por muita moral que tenha dado à Resistência, foi de curta duração; em 135 E.C., a sua rebelião foi esmagada, os judeus restantes exilados, e Jerusalém foi renomeada Aelia Capitolina. Os Romanos levaram a melhor.

"Que Massada!!!" - a popular interjeição que significa contrariedade tem origem na Fortaleza de Massada, em Israel, palco de episódios dramáticos de resistência à invasão Romana. O site oficial de Massada tem imagens que vale a pena admirar.

No entanto, este episódio trágico não acabou com a presença judaica em Israel. A norte, sobretudo em Tiberíades, floresceram centros de aprendizagem judaica e estudo da Torá (os 5 primeiros Livros do Antigo Testamento)

Tiberíades, hoje. E para sempre judaica, que os tempos já não são de invasões e colonizações, são de autodeterminação dos povos. Os Judeus são da Judeia. Os Árabes são da Arábia.