terça-feira, 22 de setembro de 2015

História da Israel - Os Reis


O Profeta Samuel unge o Rei Saúl

À Era dos Juízes em Israel seguiu-se a Era dos Reis. Foi o último Juiz, o Profeta Samuel, que ungiu o primeiro Rei de Israel, o Rei Saúl. Não é consensual que Samuel seja contado como um dos Juízes, mas foi incontestavelmente o último líder do povo judeu antes do Rei Saúl. 
Samuel não era favorável a que Israel tivesse um Rei, pois, no seu entender, o "Rei" de Israel era Deus. A insistência popular levou-o a pedir um sinal divino, e o apontado foi Saúl. (Se já se esqueceu destas histórias, releia a Bíblia, mais precisamente o Livro de Samuel e o Livro dos Reis).
Saúl faz a ligação entre a era dos Juízes e a dos Reis. Foi chamado Melech ("Rei "), mas foi só no reinado do Rei David que a nação ficou realmente forte e unida como é próprio de um Reino. Antes de David, a crença monoteísta judaica e a origem comum mantinham uma união periclitante entre as tribos de Israel. 
O Reinado de Saúl decorreu entre 1049 a.e.c. e 1004 a.e.c., e foi tumultuoso. Se bem que tenha sido um Rei bem sucedido em muitas batalhas militares, a sua história é fortemente marcada pela eclosão de descontentamento e ciúmes da estrela em ascensão - David. À luz dos conhecimentos dos nossos dias, o Rei Saúl, no final do seu Reinado, estava mentalmente doente, apresentando episódios de paranóia e depressão.


O célebre episódio em que Saúl atira uma lança a David

Durante uma guerra contra os filisteus, os judeus foram derrotados e Saúl cometeu suicídio para evitar a captura. Depois do luto pela morte de Saúl, David foi ungido Rei, e o seu Reinado foi uma idade de ouro para os israelitas. O Rei David lutou contra os filisteus e, desta vez, conseguiu derrotá-los. Ao mesmo tempo que derrotava os inimigos de Israel, também fez alianças estratégicas com nações amigas. A sua soberania era absoluta. David uniu as 12 tribos e fez de Jerusalém a sua capital. David reinou entre 1003 a.e.c. e 971 a.e.c..

O Rei David derrotou Golias, o gigante filisteu, num episódio que se tornou a imagem da vitória do querer sobre a força e do Bem sobre o Mal.

O Rei Salomão, filho de David, continuou as realizações do seu pai. Prosseguiu as alianças diplomáticas e levou Israel ao estatuto de potência económica regional, apostando na construção das suas infra-estruturas e desenvolvimento da indústria. Foi um tempo de paz para os israelitas, que teve o momento mais alto na construção do Templo Sagrado em Jerusalém.

A visita da Rainha de Sabá ao "sábio Rei Salomão" tem sido uma fonte de inspiração para numerosos artistas. Esta representação é de Giambattista Tiepolo (séc. XIX). A chegada da Rainha tem sido ilustrada musicalmente por nomes tão sonantes como Handel.

A prosperidade e paz não duraram muito. As ambições de Salomão suscitaram desconfiança, e alguns acusaram-no de dar tratamento preferencial à sua tribo. Correram rumores de cisma,  e após a morte de Salomão, o Reino dividiu-se mesmo, com Israel a norte e Judá a sul. Roboão, filho de Salomão, governou o reino do sul, de Judá, e os Reis de Judá continuaram a dinastia Davídica pelos 300 anos seguintes.

Neste mapa podemos ver o Reino de Israel (a norte) e o Reino de Judá (a sul). Diversas nações e povos circundantes viriam a extinguir-se. É o caso por exemplo de Moab, Edom, e da Filístia (Terra dos Filisteus) que pode ver-se à esquerda, em baixo, com as conhecidas cidades de Ashsdod ou Gaza. No mito iniciado nos anos 60 do século XX, os Árabes, que invadiram Israel em 1920, seriam os Filisteus (!!!).

Os próximos séculos viram dois Reis no poder, simultaneamente, um a norte e outro a sul. O primeiro rei de Israel foi Jeroboão, em 928 a.e.c; e o último Rei foi Oséias, em 722 a.e.c..


Reino dividido: os sucessivos Reis de Israel e de Judá 

Os Assírios começaram a conquista de Israel em 722 a.e.c., conduzindo ao exílio dos israelitas do Reino do Norte, alguns anos depois. Os israelitas ficaram conhecidos como as "tribos perdidas". No sul, a autonomia durou um pouco mais; o último Rei de Judá  foi Zedequias, cujo reinado terminou em 587 a.e.c., com a destruição do Templo e a queda de Jerusalém.

Zedequias acorrentado é trazido à presença de Nabucodonosor. Ilustração bíblica de o de  Petrus Comestor, 1670.

O Rei Zedequias foi mandado cegar por 
Nabucodonosor, que também lhe matou os filhos. Acabou os seus dias cativo na Babilónia. Só um pequeno número de judeus foi autorizado a ficar para a terra não ficar completamente ao abandono, após a destruição.
A destruição do Primeiro Templo e subsequente exílio do povo judeu trouxe o fim da Era dos Reis. Foi a última vez que todo o povo judeu esteve unido sob a mesma autoridade, na mesma terra. Nos nossos dias, a perseguição aos judeus em todo o Mundo está a forçá-los a buscarem refúgio em Israel, o que confirma as profecias. Mas disso falaremos mais tarde...

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