"Saúl, David e Salomão" - Maerten de Vos, 1599
O Rei Saúl, o Rei David, e o Rei Salomão, foram os três primeiros Reis de Israel. O Rei Saúl foi ungido pelo profeta Samuel (I Samuel 10). Após a sua morte, o Rei David subiu ao trono (2 Samuel 2), começando a Dinastia Davídica, que durou três séculos. O Rei Salomão foi o último a governar sobre um Reino unido. Deus advertiu-o que por causa dos seus pecados, o Reino seria dividido em dois depois de sua morte (I Reis 11).
O Reino do Norte e o Reino do Sul (em cor mais clara, no mapa). A linha encarnada assinala as fronteiras actuais do Estado de Israel.
Com efeito, após a morte de Salomão, o seu filho Roboão passou a governar o Reino do Sul, que consiste em duas tribos, Judá e Benjamin. O seu Reino foi chamado "de Judá". A tribo de Judá foi sempre a mais numerosa das Tribos de Israel, e a de Benjamin a menos numerosa. O Reino do Norte, com as outras dez tribos, foi chamado "de Israel".
Mapa da distribuição territorial das 12 Tribos de Israel - da Jewish Virtual Library, que recomendamos vivamente.
No norte, o primeiro Rei de Israel foi Jeroboão, em 928 A.E.C.; e o último Rei foi Oséias, em 722 A.E.C.. Os Assírios começaram a conquista de Israel em 722, conduzindo ao exílio dos israelitas do Reino do Norte, alguns anos depois. Esses israelitas ficaram conhecidos como as "Tribos Perdidas", não havendo registo do seu regresso colectivo a Israel.
Mosaico das 12 Tribos de Israel, numa sinagoga em Jerusalém.
No sul, a autonomia durou um pouco mais; o último Rei de Judá foi Zedequias, cujo reinado terminou em 587, com a destruição do Templo e a queda de Jerusalém. A destruição do Primeiro Templo e o subsequente Exílio Babilónico assinalaram o fim da Era dos Reis de Israel.
A partir da descrição Bíblica, podemos ter uma ideia de como se dispunham as 12 Tribos ao redor do Tabernáculo, durante o Êxodo. Neste excelente blogue pode encontrar ilustrações da narrativa Bíblica.
ISRAELISMO OU ISRAELOMANIA?
Circulam diversas teorias fantasiosas, de que cada uma das tribos perdidas veio a fundar um país. Encontramos por aí, pelas bibliotecas e pela Internet, as mais diversas reivindicações de que o país tal ou tal foram fundados por uma das tribos perdidas. E isto nos 5 continentes! A crer nestas teorias, as tribos originais teriam que ser quase tantas quantos os países do Mundo...
É mais um estranho paradoxo que envolve Israel e o seu povo. Por um lado, trata-se de um país e de um povo invulgarmente caluniados e perseguidos, alvo de sucessivas tentativas de extinção. Por outro lado, não falta gente, por todo o Mundo, que afirma que o seu povo é descendente desta ou daquela tribo de Israel, e por isso, os "verdadeiros judeus".
Milhentos sites descrevem supostas migrações dos "verdadeiros judeus", das Tribos Perdidas, para os respectivos países. Pega-se num mapa e desenha-se umas setas. A História à moda da casa...
Há de tudo. O mais interessante é um grupo que afirma que os "verdadeiros judeus" são os "arianos", a fantasia histórica que esteve na base da ideologia nazi! Mas a "História Criativa" não é de agora. O chamado Israelismo Britânico foi bastante popular durante a ascensão do Império Britânico, vindo a "onda" a declinar quando o Império foi convertido em comunidade das nações (a famosa Commonwealth). Nos primeiros anos do século XX, Charles Parham e John Allen foram os principais divulgadores desta teoria nos Estados Unidos.
A "prova" de que os Britânicos seriam os "verdadeiros judeus" é que nas armas de Inglaterra constam dois leões - que "obviamente" serão os da Tribo de Judá (que nem sequer é uma das "Tribos Perdidas").
Esta crença inclui a identificação das pessoas britânicas e americanas como descendentes dos dois filhos de Jacob: Efraim e Manassés. O termo "britânico" seria derivada da antiga palavra hebraica "beriyth" (aliança). O termo "Saxon"/ Saxão" teria a sua origem em "Isaac's Sons"/"Filhos de Isaac". As "provas" de que os europeus seriam descendentes da tribo israelita de Dan seriam os nomes de muitos rios e cidades (por exemplo, o Rio Danúbio).
A fábrica de bolos Dancake, situada na Póvoa de Santa Iria, Portugal, também é, provavelmente, uma das "provas" de que os europeus continentais descendem todos da Tribo de Dan!
Conclusão: Basicamente, todos os países do Mundo são habitados pelos "verdadeiros judeus". Menos um: Israel!
Já por diversas vezes aqui divulgámos, não apenas o que a História e a Arqueologia dizem sobre a legitimidade de Israel como Pátria Eterna dos judeus. Desafiamos qualquer dos que põem em causa essa legitimidade a darem-nos exemplos de Estados modernos em que os habitantes tenham mais ligação à Terra. Para começar pelas proximidades geográficas de Israel, encontramos países cujos habitantes originais foram dizimados pelos invasores Árabes, como estes quiseram fazer em 1920, quando invadiram Israel, e em 1948, quando se retiraram para os Exércitos Árabes "atirarem os judeus todos ao mar".
Os mais conceituados peritos em Genética confirmam que os judeus são judeus, para que aos israelófobos são restem dúvidas.
A seguir, um trecho de uma palestra do Dr. Jon Entine discutindo porque é que o povo judeu é um assunto de investigação interessante para a pesquisa genética e como o estudo do DNA ajuda a rastrear as origens e as diferenças entre diferentes grupos judaicos. Também nesta palestra, o Dr. Entine explora o mito sobre os chamados "judeus khazares" e o facto de que a pesquisa científica confirma as assertivas do Judaísmo Rabínico: a maioria dos judeus de hoje são descendentes dos judeus originais.
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