A conquista de Judá
Como descrevemos nos capítulos anteriores desta resumida História de Israel, os três primeiros Reis foram Saúl, David e Salomão. Após a morte de Salomão, as dez tribos do norte revoltaram-se e estabeleceram o Reino de Israel, no norte. As restantes tribos permaneceram leais ao filho de Salomão e formaram o Reino de Judá, no sul.
A História dos Reis de Judá vem narrada na Bíblia nos Livros das Crónicas.
Esta é a lista dos Reis de Judá:
Roboão (928-911), Abias (911-908), Asa (908-867), Jeosafá (867-851), Jorão/Joram (851-843), Acazias/Jeoacaz (843-842), Atalia (842-836), Joás/Jeoás (836-799), Amaziah/Amazias (799-786), Uzias (786-758), Jotão/Jotan (758-742), Acaz (742-726), Ezequias (726-697), Manassés (697-642), Amon (642-640), Josiah/Josias (640-609), Jeoacaz (609-608), Joaquim/Eliaquim (608-597), Joaquim (597), Zedequias (597-587).
Representação dos Reis de Judá na Catedral de Notre-Dame de Paris
A conquista do Reino de Israel, ou Reino do Norte, deve ter causado forte alarme no Reino de Judá, ou Reino do Sul. Judá escapou à conquista pelos Assírios, mas viria a cair um século mais tarde, às mãos dos Caldeus.
O Rei assírio Sennacherib lograria conquistar território a Judá, em 701 A.E.C., e os judeus quase sofreram o mesmo destino dos israelitas. Em 625 A.E.C., os Babilônios, sob o Rei Nabopolassar, iriam consolidar o seu controle sobre a Mesopotâmia, e o Rei judeu Josias procurou agressivamente alargar o seu território, aproveitando-se do vácuo de poder na região. Judá ver-se-ia em breve enredado nas lutas de poder entre Assírios, Babilônios e Egípcios:
Quando o filho de Josias, Jeoacaz, subiu ao trono, o Rei do Egito, Neco (posto no poder pelos Assírios), atacou com sucesso Judá, que se tornou um Estado vassalo do Egipto.
Quando o filho de Josias, Jeoacaz, subiu ao trono, o Rei do Egito, Neco (posto no poder pelos Assírios), atacou com sucesso Judá, que se tornou um Estado vassalo do Egipto.
Quando os Babilônios derrotaram os Egípcios em 605 A.E.C., Judá tornou-se passou a ser um Estado vassalo da Babilónia.
Mas quando os Babilónios foram derrotados em 601 A.E.C., o Rei de Judá, Joaquim, desertou aliou-se os egípcios. Então o Rei da Babilónia, o famoso Nabucodonosor, organizou uma expedição para punir Judá, em 597 A.E.C..
O poderoso Rei Nabucodonosor
O novo Rei de Judá, Joaquim, entregou a cidade de Jerusalém a Nabucodonosor, que, em seguida, nomeou um novo rei sobre Judá, Zedequias. Em conformidade com a prática da Mesopotâmia, Nabucodonosor deportou cerca de 10.000 judeus para a sua capital, Babilónia; todos os deportados eram profissionais especializados, cidadãos ricos, e artesãos. As pessoas comuns foram autorizadas a permanecer em Judá. Esta expulsão foi o início do Exílio.
Os famosos Jardins Suspensos da Babilónia. Esta cidade possuía uma organização social, legal, política, económica e cultural, que fez dela o berço da Civilização, segundo muitas opiniões.
A história poderia ter terminado ali, com a assimilação dos judeus e a sua dissolução entre as muitas civilizações extintas desta tão agitada região do globo. No entanto, Zedequias revoltou-se contra o domínio dos Babilónios mais uma vez. Nabucodonosor respondeu com outra expedição em 588 A.E.C., e conquistou Jerusalém em 586 A.E.C.. Nabucodonosor capturou Zedequias, e obrigou-o a assistir o assassinato dos seus filhos; em seguida, cegou todos os que viria a deportar para a Babilónia. Mais uma vez, deportou os cidadãos proeminentes, mas em número muito menor do que em 597: calcula-se que foram deportadas entre 832 e 1577 pessoas.
A execução dos filhos de Zedequias, por Nabucodonosor. A ópera Nabucco (Nabucodonosor), de Giuseppe Verdi, é uma das mais emocionantes narrativas deste período histórico.
O Reino Hebraico, que começara com as promessas de glória personificadas em David, parecia agora chegar ao fim. Parecia que nenhuma nação judaica iria jamais existir novamente. E também parecia que a ligação especial que o Senhor prometeu aos Hebreus, a aliança segundo a qual estes teriam um lugar especial na História, tinha sido quebrada e esquecido pelo seu Deus. Este período de confusão e desespero, com uma comunidade unida mas desalojada, nas ruas de Babilónia, tornou-se um dos períodos históricos mais importantes da história judaica: o Exílio.
Um dos episódios mais intrigantes deste período foi o sonho de Nabucodonosor, interpretado pelo Profeta Daniel. O ídolo que o Rei vira em sonhos seria o símbolo dos Impérios que invadiriam a Terra de Israel, antes do tempo final, o da vinda do Messias e do estabelecimento do Reino de Deus na Terra, que será o tempo actual.
Separados dos seus irmãos que não foram deportados, os judeus da Diáspora produziram neste período reflexões preciosas, narradas em diversas obras, nomeadamente na Bíblia. Foi uma dura prova, no entanto espiritualmente fértil.
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